quarta-feira, 19 de junho de 2013

Cuidado com os OPORTUNISTAS!

Bom, já vimos que estamos sem rumo. A situação utilizando toda sua força para se manter no poder, e uma oposição sem força para fazer frente a nada.

Neste momento surge um grupo muito perigoso. Meus amigos, muito cuidado neste momento. Este é o momento mais perigoso para qualquer nação sem rumo. Os OPORTUNISTAS.

Não podemos esquecer nossa própria história. Para apresentar os OPORTUNISTAS, vamos voltar lá em 1961. Guardadas todas as devidas proporções (por favor, se você for analfabeto funcional, pare por aqui), o momento era parecido com o de hoje. Na época, o presidente Jânio Quadros, na época inaceitável pela elite mas eleito pelo povo, resolveu fazer uma jogada para ter ainda mais poder. Acreditava ele que renunciando, voltaria ao poder pelos braços do povo. Ledo engano. Abaixo reproduzo parte da sua confissão em seu leito de morte, feita a seu neto, e publicada 30 anos depois de sua morte pelo jornalista Genetom Moraes Neto:

‘’Quando assumi a presidência, eu não sabia da verdadeira situação político-econômica do País. A minha renúncia era para ter sido uma articulação : nunca imaginei que ela seria de fato aceita e executada. Renunciei à minha candidatura à presidencia, em 1960. A renúncia não foi aceita. Voltei com mais fôlego e força. Meu ato de 25 de agosto de 1961 foi uma estratégia política que não deu certo, uma tentativa de governabilidade. Também foi o maior fracasso político da história republicana do país, o maior erro que cometi(...)Tudo foi muito bem planejado e organizado. Eu mandei João Goulart (N:vice-presidente) em missão oficial à China, no lugar mais longe possível. Assim,ele não estaria no Brasil para assumir ou fazer articulações políticas. Escrevi a carta da renúncia no dia 19 de agosto e entreguei ao ministro da Justica, Oscar Pedroso Horta,no dia 22. Eu acreditava que não haveria ninguém para assumir a presidência. Pensei que os militares,os governadores e,principalmente,o povo nunca aceitariam a minha renúncia e exigiriam que eu ficasse no poder. Jango era,na época,semelhante a Lula : completamente inaceitável para a elite. Achei que era impossével que ele assumisse, porque todos iriam implorar para que eu ficasse(...) Renunciei no dia do soldado porque quis senbilizar os militares e conseguir o apoio das Forças Armadas. Era para ter criado um certo clima político. Imaginei que,em primeiro lugar,o povo iria às ruas, seguido pelos militares. Os dois me chamariam de volta. Fiquei com a faixa presidencial até o dia 26. Achei que voltaria de Santos para Brasília na glória. Ao renunciar, pedi um voto de confianca à minha permanencia no poder. Isso é feito frequentemente pelos primeiros-ministros na Inglaterra.Fui reprovado.O País pagou um preço muito alto. Deu tudo errado’’.


Ou seja, com isso, assumiu João Goulart, que, embora fosse o vice de Jânio, não tinha a mesma representatividade que seu antecessor. Algo semelhante com o momento atual que vivemos? 

Continuemos. Goulart assume o poder prometendo reformas de base. A elite resolve responder com uma passeata na época nomeada Marcha da Família com Deus pela Liberdade. A crise política só aumentava, e a tensão social era visível. Terreno fértil para os nossos amigos OPORTUNISTAS.

Aproveitando o clima, tropas saem as ruas em São Paulo e Minas. Jango foge para o Uruguai e finalmente os militares tomam o poder. O resto da história você já sabe, ou pelo menos deveria saber. Um povo sem história é um povo sem futuro.

Novamente, GUARDANDO AS DEVIDAS PROPORÇÕES, as manifestações do povo abrem as portas para estas figuras que aproveitam este momento para tentar tomar o poder. Por isso, neste primeiro momento o importante não é depor a presidente (sim, presidente, presidenta não existe), ou matar e esquartejar o Sarney (embora seja vontade de muitos, inclusive este que vos escreve). Não, o importante é fazê-los sentir que estamos aqui. 

Tá, e como fazer isto? Este é assunto para o próximo post.


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