terça-feira, 27 de outubro de 2009

Oportunidades

Pessoas clamam por oportunidades. O que mais se houve falar é que faltam oportunidades. Se eu fosse Deus, daria oportunidade a todos. Garanto que a maioria não aproveitaria, e voltaria a clamar eternamente por algo que teve, perdeu, e se tivesse denovo, novamente não daria valor.
O pior cego não é o que não quer ver, mas sim o que quer ver, ganha os óculos e não usa.

Minha indignação me fez voltar

Minha indignação com as pessoas me fez voltar. Havia parado de escrever pois achava inútil. O retorno era pouco. Algumas poucas pessoas (felizmente pessoas que estão acima das minhas críticas pela sua inteligência e cultura) liam e me davam algum retorno. Porém, continuarei a escrever, pois pelo menos a saúde do meu fígado melhora a cada linha que escrevo.
Veja um exemplo de pequenez das pessoas. Parece algo simples, mas são atitudes assim que fazem o mundo um pouquinho pior a cada dia.
Conheço uma pessoa que se dedica integralmente ao trabalho. Essa pessoa faz de tudo para que o seu patrão economize dinheiro, aumente lucros, esteja confortável no seu local de trabalho. Eu sei o que esforça-se essa pessoa para desempenhar um trabalho, que na minha opinião é perfeito. Eu sei, como empresário, como é difícil achar um colaborador, alguém que vista a camiseta, e se importe realmente com a empresa.
Pois bem, legalmente essa pessoa tem direito a 30 dias de férias anuais. Correto, justo. Essa pessoa, importando-se com a empresa na qual trabalha, sabendo que é díficil ficar fora tanto tempo, comentou que precisaria de 15 dias de férias(isso após 2 anos de trabalho ininterrupto, a não ser por fériados). Apenas 15 dias para poder fazer uma viagem. 15 dias de descanço da labuta diária. 15 dias para lembrar que é um ser humano, que pode divertir-se, que pode conhecer lugares diferentes, pessoas diferentes, comer coisas diferentes. 15 dias para realmente ver se existe um mundo lá fora.
Após toda essa dedicação a resposta foi um sim, mas pedindo que desse um jeito de reduzir esse número de dias e que tem que coincidir com o feriado de carnaval.
Ora, é fácil para o patrão, alguém que ganha uma fortuna por mês, e paga uma miséria de soldo para ela, dizer para viajar no carnaval. Sim, ele viaja quando quer, para o lugar que quer. O seu dinheiro ganho honestamente (isso pode ser contestado) dá para viajar e ficar onde quiser na época que quiser.
No carnaval sabemos que tudo é mais caro. Hospedagem, alimentação. As estradas estão cheias. Não para quem tem dinheiro para pegar um avião e ir para onde quiser, mas para quem quer fazer 2.000km de moto é um dificultador.
Mas, a lei diz que o funcionário tem direito a 30 dias, mas não diz quando, então, esse patrão, defendido pela lei, usa dela para dar de ombros a quem o auxilia diariamente. E acha-se justo, afinal está sendo bom em dar alguns dias de descanço.
Não lembra-se ele nesse momento de tudo que a funcionária faz além de suas obrigações funcionais. Não lembra-se que assina a carteira com valor abaixo do vencimento real, para pagar menos imposto (Sim, uma pessoa que ganha R$50.000,00 por mês preocupa-se em sonegar 50 reais de imposto mensais).
Pessoas assim em dão nojo. Tenho asco desse tipo de ser humano. Pessoas assim é que fazem do nosso mundo um inferno cada vez mais quente.

Marco Antonio Oselame