sexta-feira, 3 de abril de 2009

Falência Social

Nos últimos tempos, venho observando, que cada vez mais caminhamos para algo complicado. Nossa sociedade faliu. Todas as instituições estão falidas.
As instituições democráticas, lutam para manter o poder utilizando o populismo mais baixo já utilizado, muito pior do que o comunismo de Stálin. A política é uma farsa, uma piada, diga-se de passagem de muito mal gosto. As religiões cada vez mais afundadas em escânda-los, ao invés de unirem, lutam entre si com textos muitas vezes preconceituosos e que incitam a não aceitação do diferente. A economia um caos, causando milhares de marginalizados graças a ganância de alguns, que continuam cada vez mais ricos, mesmo após a crise.
A cultura, desapareceu. Hoje falasse de cultura alternativa, sub-cultura, cultura disso, cultura daquilo. Na verdade, desistimos de lutar por um povo culto, e resolvemos aceitar a falta de cultura como cultura. "Olha que pixação bonita meu filho. Que técnica será que utilizaram? Tinta sobre tijolo, ou spray sobre vidraças? Hahahahaha, olhas só que coisa antiga, aquela mulher aí ó... como chamavam ela... MONAPIZZA, MONAISSA, MONA.... bom, mona alguma coisa, não importa mesmo." Ao invés de levarmos cultura para a favela, aderimos a sub-cultura. Por favor entendam, não estou criticando obras sociais, ongs, ou o que quer que seja que luta por uma inserção social do povo que sofre por causa de preconceitos, falta de oportunidades.. apenas estou comentando como seria melhor se pudessemos levar a verdadeira arte para eles...
Aos poucos os movimentos sociais vão acabando. Perdendo força. Ninguém mais luta por nada, salvo algumas excessões que são fortemente caladas pela grande massa. Surgem os movimentos radicais, esses sim, cada vez mais fortes e extremistas. Foi-se o tempo que sindicatos lutavam pelos direitos dos trabalhadores. Hoje, lutam pelos seus próprios interesses, que muitas vezes escondem corporações e interesses de quem detem o poder.
Tiraram de nós a filosofia das escolas, hoje matéria desconhecida. Tiraram religião, que embora eu seja contra a instituição religiosa, ajuda e muito a alicerçar quem não sabe onde pisar. E por último, nos tiraram a educação.
Escrevo esse texto, um tanto longo, pelos últimos fatos acontecidos nas escolas. A guerra entre professores e alunos está estabelecida. Perdi a última esperança da sociedade se reerguer. As duas grandes instituições que tinham algum poder de melhorar o mundo eram a família e a escola. Eram, pois também entregaram-se.
Educação vem de casa. Casa essa que muitas vezes abriga pessoas, não famílias. Famílias onde não há amor, onde não há o respeito, a admiração. Famílias desestruturadas, que jogam seus filhos, esses sim, até então inocentes, na sociedade, sem a menor base do que são valores. Família sem pai, sem mãe, onde filhos mandam, onde não há uma hierarquia... e por favor não venham com o papinho de pais e filhos tem que ser amigos. Pais e filhos tem que ser pais e filhos. Amigo é outra coisa. Pai tem que mandar e filho tem que obedecer, claro, que essa autoridade deve ser imposta com carinho, amor, respeito, diálogo... mas essa figura social deve ficar bem clara. Cada um tem seu papel na primeira sociedade, para quando forem postos no mundo, cada um saiba o seu lugar na grande sociedade.
Quanto a instituição de ensino, é onde passamos os primeiros e principais anos de nossa vida social. É lá que aprendemos a conviver, a respeitar as diferenças, a aceitar o outro como ele é, a defender nossos direitos, a cumprir nossas obrigações. Isso, torna a escola tão importante quanto a família na formação da sociedade.
Infelizmente o que vemos hoje são professores despreparados, mal remunerados, com um nível de cultura que não condiz com o cargo que ocupam... isso tudo gera uma grande desvalorização do cargo, e de sua representação na sociedade. O professor não é mais aquela figura em que nos espelhariamos no futuro, mesmo que só percebecemos isso anos depois...
Esse despreparo acaba gerando professores agressivos, que não conseguem lidar bem com situações tensas, que não tem domínio sobre a matéria e sobre os alunos, professores que muitas vezes viram professores por não ter outra opção (e para ser professor tem que ter vocação).
É fato, a tendência é chegarmos logo logo ao fundo do poço. A falência total da sociedade. A única esperança que ainda tenho é que quando chegarmos no fundo, ainda tenhamos força para nos impulsionarmos de volta antes de nos afogarmos em nossa própria ignorância coletiva...

Nenhum comentário:

Postar um comentário