quarta-feira, 30 de março de 2011

Adversários, não inimigos...


Tudo começou no primeiro GRENAL, lá em 1909. O Grêmio massacrou  o recém nascido Sport Clube Internacional. 10 a 0. Placar impensável hoje. Essa “humilhação” fez com que o Inter se preparasse muito mais para os próximos embates.

Mesmo assim, a hegemonia tricolor durou décadas. Porém lá no ano de 1942 nasceu o Rolo Compressor Vermelho.  Um time imbatível.

Lá em 1954 o Grêmio fez o Olímpico. O colorado não podia ficar para trás, então, lá em 1969 inaugurou o Gigante da Beira Rio, que também encerrou uma grande época de domínio tricolor.

Então veio a década de 70, com o tri brasileiro do Inter. Nós, bons gremistas, não podíamos deixar barato, e em 81 fomos campeões nacionais também. E mais, em 1983 o título da América e o Mundial com o inesquecível time liderado por De León e Renato Portaluppi.

Aí veio a década de 90. A década de 90 é inesquecível para os gremistas. Arrasamos os colorados. Na época, bulling por causa de time era normal. Colorados da minha geração cresceram revoltados, revolta que se reverteu nos títulos do Inter nos anos 2000. Empataram conosco em libertadores e mundiais.

Onde quero chegar com esse breve e impreciso?! Na famosa frase: “O Grêmio é grande graças à grandeza do Inter. E vice-versa.”. Frase essa cunhada por Rudi Armin Petry, que faleceu ontem. Sempre que entrevistado soltava o bordão: “Muito bom dia, em especial a torcida do Grêmio”. Um Grande homem, grande dirigente, respeitado por gremistas e colorados.

Ele conseguiu atingir um nível superior de entendimento de futebol e da vida. Entendeu, o que muitos teimam em não entender. Grêmio e Inter, são adversários e não inimigos. E isso lhe tornou um homem acima de qualquer estúpida rivalidade.

Não o conheci, não tive o prazer. Ouvi muito falar dele. Que era um cavalheiro, entre outros adjetivos tantos, todos positivos. Porém, quando um gremista morre, e um dirigente colorado chora a perda, e o arqui-rival presta homenagens colocando sua bandeira a meio mastro, não preciso de mais nada para afirmar que era um homem superior, que deveria servir de exemplo a todos nós.

Adeus Seu Petry, e mesmo sem conhecê-lo, tenho muito orgulho de saber que houve um gremista tão respeitado e amado. Que, de onde estiver, olhe pelo nosso Grêmio, e que faça os dirigentes entenderem que mais do que nunca precisamos nos unir, esquecendo vaidades e picuinhas que fazem tanto mal ao nosso querido IMORTAL. E saiba, que como o Grêmio apartir de hoje, o senhor também é um IMORTAL, que viverá sempre na história do tricolor dos pampas.

E pra quem está acostumado aos meus textos, em homenagem a este homem, hoje não chamarei os colorados de amargos, mas de irmãos.

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