domingo, 3 de maio de 2015

Opinião

Resolvi, curioso como sou sempre, buscar a etimologia da palavra OPINIÃO. E, por consequência, entendi porque todos temos cada vez mais opiniões. Simples, por que cada vez mais temos informação e não temos conhecimento. Cada vez mais ignoramos a verdade e quando se ignora a verdade, produzimos opiniões.

Calma, explico-me. Veja o que diz o Michaelis:

o.pi.ni.ão 
sf (lat opinione1 Maneira de opinar; modo de ver pessoal; parecer, voto emitido ou manifestado sobre certo assunto. 2 Asserção sem fundamento; presunção. 3 Conceito, reputação. 4 Juízo ou sentimento que se manifesta em assunto sujeito a deliberação. 5 Capricho, teimosiaO. pública, Sociol: juízo coletivo adotado e exteriorizado por um grupo ou, em sociedades diferenciadas e estratificadas, por diversos grupos ou camadas sociais.

Agora, vamos a análise. Dois pontos chamaram-me bastante atenção, as quais negritei acima. Asserção sem fundamento e Capricho, teimosia.

Opinião é, por origem de significado, falar do que não se domina. Se domina o assunto em questão numa discussão, você tem uma certeza, e não uma OPINIÃO. Opinar pressupõe ignorar o assunto.

Portanto, quando você defender com ferocidade a sua opinião, espero que tenha em mente que ignora a verdade sobre o assunto, e está defendendo apenas o seu modo de ver pessoal.

Resumindo, 99% do que se vê hoje na internet são opiniões. Pessoas que não fazem a mínima ideia do que estão defendendo, praticamente pegando em armas, sem ao menos estudarem o assunto em questão. Ou você vai me dizer que leu o que diz a lei da terceirização. Ou vai me dizer que leu o que está sendo discutido e votado no Paraná. Ou ainda, tem noção do que é pedir o impeachment de um presidente da república.

Acho difícil, são assuntos complicados, com textos normalmente longos, que exigem tempo e dedicação. Ou seja, muito mais simples opinar do que conhecer.

quinta-feira, 30 de abril de 2015

O importante é ter razão

Descartes diz que: "Não há nada no mundo que esteja melhor repartido que a razão: todos estão convencidos de que a tem de sobra."

O atual cenário sócio-político brasileiro está assim. Agravado/melhorado/aumentado pela facilidade de expressão pelas redes sociais, todos tem opiniões sobre todos os assuntos, ainda mais neste fervor que está a política no nosso país.

Analistas comemoram: "Sim, está se discutindo política no Brasil!!!"
Políticos bradam: "O povo está se manifestando!!!"

Facebook, Twitter, Instagram, "Tizapi" pipocam postagens sobre quem está certo, quem está errado, quem é bom, quem é mau, quem roubou mais ou menos, quem foi preso justa ou injustamente. Obviamente, todas opiniões amparadas em argumentos fortíssimos, quase irrefutáveis, vindo de fontes super confiáveis.

Por exemplo:

O cidadão com fortes ligações de esquerda justifica todo seu discurso em idôneas e imparciais matérias da Carta Capital. Esta maravilhosa revista que é a única que tem coragem de refletir a realidade nua e crua deste maravilhoso país que melhora a cada dia, apesar desta oposição burguesa e escravizadora.

Já o cidadão com vertentes direitistas prova que a esquerda está levando o país a derrocada com contundentes reportagens jornalisticas e profissionais da Veja, que não se corrompe com o poder do comunismo cada vez mais dominador, prestes a transformar o Brasil em uma nova Cuba.

E como o importante nisto tudo é ter razão, caso essa rica argumentação de ambos não tenha força suficiente, xingamentos e trocas de acusações são bem vindas. É tudo um grande GreNal, onde o que importa é provar que seu time é melhor. Nem que pra isso seja necessário destruir o país.

Mas nem sei porque escrevo isso!!! Claramente serei um Comunista de Direita, ou um Coxinha Companheiro. E quem provará que sou tudo isto serão mídias isentas e certamente com o único interesse de melhorar o Brasil, desde que seja do seu jeito.

terça-feira, 7 de abril de 2015

Sentir-se Vivo

Você lembra quando foi a última vez que se sentiu vivo?

Não, não falo de coração batendo, sangue circulando, pulmões inflando. Não falo de biologia pura, de homem-máquina, de sistema nervoso central. Se for neste sentido, estamos todos vivos, a não ser que esteja vivendo em algum apocalipse zumbi.

Aliás, zumbis. Talvez seja a melhor definição para o ser humano contemporâneo. Acorda, toma banho, pega trânsito, trabalha, trabalha, trabalha, trabalha, trabalha, pega trânsito, vegeta e dorme. Isso tudo com algumas variáveis. Às vezes um pouco de álcool, às vezes um pouco de sexo, às vezes alguma outra droga, novelas, filmes, seriados, Facebook. Algumas risadas, alguns bocejos, um beijo e boa noite.

E a vida passa.
E passa....
E passa....

Passa veloz. Despercebida. Quase indolor.

Quando dói, orações. E mais álcool. E alguns afagos. Psicólogos, psiquiatras, cartomantes.

Elogios. Elogios fazem a vida parecer melhor, somos vencedores. Somos bons. Não estamos aqui por nada. Elogios. Ego.

Promoções, diplomas, certificados. Pequenas pílulas de prazer. Fazem a vida parecer menos morna, menos monótona. Faz parecer que existe algum sentido em tudo isso. Parece que ser morno é o melhor. Sendo morno você leva até o final.

Para o epitáfio, algo justo:

"Aqui jaz homem honesto, deixou família, filhos e cachorro."

Dor. Talvez o único momento em que a lucidez é trazida a tona. A dor nos obriga a lembrarmos que estamos vivos. E como dói lembrarmos disso. Como dói. Tenho certeza sim que você lembra a última vez que sentiu tanta dor que só queria acordar. E, enquanto tentava acordar a vida batia fria e violenta na sua cara dizendo: "Cá estou, acorda."

Então lhe deram consolo. Remédio. Amparo. E então se esqueceu da visita da vida. Mas ainda sente calafrios em pensar nela. Medo. Angústia. Aliás, por medo abrimos mão da vida.

Infelizmente, é a forma mais comum de nos encontrarmos com a vida.

E tem outra?

Ora, não te lembras?!

Pense quando suas pernas tremeram tanto que parecia que não podia ficar em pé. Ou do calor no rosto queimando, e o suor escorrendo no frio do inverno. As pupilas dilatando, a cabeça girando, o coração saltando pra fora do peito. A vergonha de não conseguir esconder a vida.

Sim, sim, sim... sei que lembra... sei sim... tenho certeza.... pode até sentir de novo... sei que sorri escondido às vezes... sim... lembra, pois a vida quando chega, deixa marcas... memórias... histórias... sorrisos... saudades...

E não espere até amanhã para reencontrá-la. Logo, ela se vai. E aí é tarde.




quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Brasil Feudal


Sempre gostei muito de história. A história define quem somos, como nos tornamos o que somos e nos indicam muito claramente para onde andamos. Por óbvio, muitas vezes só percebemos quando nos afastamos emocionalmente dos fatos, e os analisamos apenas como matéria de estudo.
Há dias tenho lembrado, não sem certa saudade das minhas professoras de história. Seria capaz de lembrar o nome de todas. Lembro bem que assistia as aulas de história, como não assistia nenhuma outra matéria. E por que deste interesse? Simples! A história é fascinante porque é capaz de transmitir sensações. Sim, é impossível sendo criança/adolescente, ou até mesmo adulto, ficar impassível aos fatos que nossos ancestrais protagonizaram.
Lembro bem das sensações que afloravam quando discutíamos o feudalismo. Ficava indignado com a exploração que os servos eram submetidos nos feudos, para sustentar os senhores feudais (nobres) e o clero.
Para quem não lembra, o feudalismo iniciou com a decadência do império romano na Europa. Este sistema de organização social e política predominou durante toda a idade média. Era um sistema brutal, quase não havia ascensão social e o poder era hereditário.
Mas lembro que o que mais me indignava era que, um terço da produção deveria ser entregue ao nobre, por este ceder as terras para o servo trabalhar. O nome disso é Talha. Eu pensava: "Como pode um senhor cobrar 1/3 da produção de um pobre coitado, só para este utilizar suas terras. ISSO É EXPLORAÇÃO! ESCRAVOS, ISSO QUE SÃO!" Meu cérebro bradava verdadeiros impropérios contra estes malditos exploradores.
E depois disso, a professora continuava. Não bastava este horror, ainda tinham que pagar outras taxas. Confesso que tive que pesquisar os nomes, pois lá se vão quase 20 anos da época em que estudei isso no colégio.

Corvéia: Trabalho nas terras do senhor em alguns dias da semana.
Banalidade: Tributo cobrado sobre uso de bens do feudo, como moinho, forno, estradas.
Capitação: Imposto pago por cada membro da família.
Dízimo: 10% da produção deveria ser dado a igreja.
Albergagem: obrigação do servo em hospedar o senhor caso necessário.

E tinha mais alguns, porém, estes já demonstram que a vida de servo não era fácil.
Alguns de vocês já devem ter entendido onde quero chegar. Vamos fazer uma pequena comparação com o Brasil de hoje.


Hoje, uma empresa que se estabelecer no nosso maravilhoso país, somando ICMS, IPI, PIS, COFINS, parte do INSS, FGTS, Taxas, Tributos, Documentações, Alvarás e Outros que são cobrados indiretamente (impostos sobre produtos e serviços consumidos pela empresa que não podem ser aproveitados), chega a ter 60% do seu faturamento comprometido. Sim senhores, ou seja, quase 2/3 do que é produzido deve ser entregue aos SENHORES FEUDAIS modernos.
Também temos a nossa corvéia. Em 2014 tivemos que trabalhar até 23 de maio só para pagar impostos. Isso quer dizer que tivemos que trabalhar mais de 100 dias do ano nas "terras do senhor feudal". Trabalhamos mais de 100 dias de graça.
E a banalidade? Temos sim. Chamamos normalmente de pedágio, estacionamento rotativo, "contribuição voluntária" nas escolas públicas para o filho estudar.
E a capitação? IRPF.
E a albergagem? Bota na conta de todos os apartamentos funcionais dos deputados e senadores, auxílio moradia para os juízes que ganham mais de 20 mil por mês, e por aí vai.
Pensaram que eu tinha esquecido do dízimo? Aliás, é, como era, a forma mais rápida de ascender socialmente. Vire um pastor, funde uma igreja e fique rico. Vão pagar muito mais que os 10% de antigamente.


Resumindo, vivemos hoje no Brasil Feudal. E como, na ordem cronológica da história, temos o nomadismo, depois o feudalismo e por fim o capitalismo, no nosso brasilzão estamos indo contra a maré. Já saímos do capitalismo, vivemos hoje em um feudalismo brutal, e nos encaminhamos ao nomadismo, pois daqui uns dias, nem casa teremos.
E vem aumento de impostos aí. Os SENHORES FEUDAIS precisam de mais e mais dinheiro.

sábado, 22 de junho de 2013

E aí Dilma?


Ontem, ansioso, sentei na frente da TV. Nossa presidente iria pronunciar-se sobre os protestos ocorridos durante a semana toda. Embora eu ache que ela deveria ter aparecido bem antes, já que estamos completando 1 semana de protestos. Mas enfim, antes tarde do que mais tarde.

TODOS esperávamos uma posição. Que tomasse um lado. Que tomasse partido. Que fosse esquerda, ou direita. Não foi. Nem um, nem outro. Continuou no muro.

Quando eleita, o maior temor é que ela não tivesse representatividade, já quem MUITOS não votaram nela, mas sim no fantasma do Lula. Não tendo esta representatividade, teria que vender-se para manter-se no poder. Lotear cargos, agradar gregos, troianos, romanos, persas, egípcios... E foi o que aconteceu.

Porém, o povo brasileiro resolveu dar uma oportunidade a dona Dilma. O povo disse: "Vai lá Dilma, toma as rédeas. Represente-nos, já que ninguém mais nos representa. Precisamos de um líder! Tome nossa causa e transforme em sua!"

Por isso da minha expectativa neste discurso. E a Dilma perdeu a oportunidade. Preferiu ficar em cima do muro. Preferiu continuar buscando o apoio em seus pares ao invés de buscar esse apoio no povo.

O pronunciamento foi deprimente. Embora político, Dilma foi na contramão do que os protestos pedem. Foi excessivamente política, sendo que seu pronunciamento pareceu mais uma propaganda pré-eleição.

Por isso estou convencido, os protestos tem que continuar. Ainda não fomos ouvidos. Não sei se seremos, mas temos que continuar tentando. Não podemos deixar esfriar o movimento. Precisamos nos organizar, deixar as causas mais claras, definir prioridades, e cobrar posição. Não discursos e promessas. Isso eles fazem a cada 2 anos. Queremos atitudes. Queremos resultados.

Não mudaremos o país em 1 semana, mas precisamos de sinais que iremos mudar em médio prazo. E para isso, precisamos de posições mais concretas, e autoridades que se arrisquem a colocar-se ao lado do povo. A Dilma eu larguei de mão, daí não sai nada. Cabe a nós agora pressionarmos nossos governadores, o legislativo, e também o judiciário, que também tem deixado a desejar, mantendo livres os condenados do mensalão.

Precisamos de atitudes e não promessas. Cansamos de promessas. Queremos mudança. E logo.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Estamos aqui e vocês tem que nos respeitar!

Bom, depois de vermos toda a situação de forma resumida nos 3 posts anteriores, é hora de agira. Mas como fazê-lo?

Estes protestos começaram pequenos, e foram ganhando força graças a incapacidade dos governos lidarem com tal situação.Hoje é um movimento nacional, e muitos que viveram os grandes movimentos nacionais (Golpe militar, Diretas Já, Fora Collor) dizem que nunca viram nada parecido. Os que criaram este movimento, não tinham a intenção e a visão do que estavam criando, e portanto, não sabem direito ainda como lidar com um movimento deste tamanho. 

As reivindicações, que antes era só o preço da passagem, viraram todas as necessidades do país.Tudo que não nos foi dados nos últimos 500 anos foi despejado como necessidades essenciais (e são), porém não se muda um país de 190 milhões de habitantes de uma hora para a outra. 

Sabemos que é um movimento popular, sem vínculo nenhum com partido (e até acho que deve continuar desta forma, rechaçando qualquer tentativa de siglas se infiltrarem nas manifestações), porém precisamos o mínimo de organização. Isso pode ser feito em poucos passos, e cada cidade pode definir suas demandas locais e o movimento nacional definir suas principais metas.

Primeiro: Precisamos lembrar que é um movimento com objetivo de mostrar para os políticos que o poder é nosso. Nosso objetivo não é prejudicar a vida de ninguém, não é atrapalhar o senhor que só quer voltar para casa depois de um dia de trabalho. Ou enfrentar as forças policiais, ou enfrentar o poder estabelecido. Portanto as manifestações PRECISAM ser pacíficas, com objetivos e trajetos determinados, respeitando a ordem. Aquela cena dos manifestantes no teto do Congresso é fantástica. Mostra que tomamos o poder de volta, sem precisar quebrar nada. Desta forma a tomada de poder é legítima e não é passível de repreensão. 

Ah, mas tem gente infiltrada que provoca quebra quebra. Sim, e isso sempre vai existir, afinal são manifestações com milhares de pessoas, impossível controlar. O importante é que a GRANDE MAIORIA se mantenha firme no propósito. Se começar baderna, abandone o grupo que está fazendo a baderna, e junte-se aos que não estão fazendo. Assim, fica fácil para a polícia identificar quem é quem na bagunça.

Segundo: Precisamos determinar quais são nossas reivindicações e elencá-las, para que os políticos saibam o que queremos. O grupo Anonymous BR elencou 5 prioridades para o movimento. Pode ver neste link: 5 Causas Anonymous BR ... Assim fica mais simples nos expressarmos, e podemos definir metas, e o movimento não enfraquece.

Terceiro: Precisamos manter o apoio popular. A internet foi a principal causa disto acontecer. Porém, é pouco. Precisamos o apoio da população "offline" por isso fale com amigos, com vizinhos, discuta o assunto. Esta semana vi no restaurante pessoas discutindo política, ou seja, já temos um start, agora é só nos engajarmos.

Vivemos certamente um momento histórico no Brasil. Pela primeira vez em anos vejo a chama da esperança nas pessoas. Não podemos deixar isto morrer. Veja na sua cidade quando vão ocorrer manifestações, vá para a rua, participe, divulgue. Esta oportunidade é única, e não podemos deixar passar.

 #Vemprarua

Cuidado com os OPORTUNISTAS!

Bom, já vimos que estamos sem rumo. A situação utilizando toda sua força para se manter no poder, e uma oposição sem força para fazer frente a nada.

Neste momento surge um grupo muito perigoso. Meus amigos, muito cuidado neste momento. Este é o momento mais perigoso para qualquer nação sem rumo. Os OPORTUNISTAS.

Não podemos esquecer nossa própria história. Para apresentar os OPORTUNISTAS, vamos voltar lá em 1961. Guardadas todas as devidas proporções (por favor, se você for analfabeto funcional, pare por aqui), o momento era parecido com o de hoje. Na época, o presidente Jânio Quadros, na época inaceitável pela elite mas eleito pelo povo, resolveu fazer uma jogada para ter ainda mais poder. Acreditava ele que renunciando, voltaria ao poder pelos braços do povo. Ledo engano. Abaixo reproduzo parte da sua confissão em seu leito de morte, feita a seu neto, e publicada 30 anos depois de sua morte pelo jornalista Genetom Moraes Neto:

‘’Quando assumi a presidência, eu não sabia da verdadeira situação político-econômica do País. A minha renúncia era para ter sido uma articulação : nunca imaginei que ela seria de fato aceita e executada. Renunciei à minha candidatura à presidencia, em 1960. A renúncia não foi aceita. Voltei com mais fôlego e força. Meu ato de 25 de agosto de 1961 foi uma estratégia política que não deu certo, uma tentativa de governabilidade. Também foi o maior fracasso político da história republicana do país, o maior erro que cometi(...)Tudo foi muito bem planejado e organizado. Eu mandei João Goulart (N:vice-presidente) em missão oficial à China, no lugar mais longe possível. Assim,ele não estaria no Brasil para assumir ou fazer articulações políticas. Escrevi a carta da renúncia no dia 19 de agosto e entreguei ao ministro da Justica, Oscar Pedroso Horta,no dia 22. Eu acreditava que não haveria ninguém para assumir a presidência. Pensei que os militares,os governadores e,principalmente,o povo nunca aceitariam a minha renúncia e exigiriam que eu ficasse no poder. Jango era,na época,semelhante a Lula : completamente inaceitável para a elite. Achei que era impossével que ele assumisse, porque todos iriam implorar para que eu ficasse(...) Renunciei no dia do soldado porque quis senbilizar os militares e conseguir o apoio das Forças Armadas. Era para ter criado um certo clima político. Imaginei que,em primeiro lugar,o povo iria às ruas, seguido pelos militares. Os dois me chamariam de volta. Fiquei com a faixa presidencial até o dia 26. Achei que voltaria de Santos para Brasília na glória. Ao renunciar, pedi um voto de confianca à minha permanencia no poder. Isso é feito frequentemente pelos primeiros-ministros na Inglaterra.Fui reprovado.O País pagou um preço muito alto. Deu tudo errado’’.


Ou seja, com isso, assumiu João Goulart, que, embora fosse o vice de Jânio, não tinha a mesma representatividade que seu antecessor. Algo semelhante com o momento atual que vivemos? 

Continuemos. Goulart assume o poder prometendo reformas de base. A elite resolve responder com uma passeata na época nomeada Marcha da Família com Deus pela Liberdade. A crise política só aumentava, e a tensão social era visível. Terreno fértil para os nossos amigos OPORTUNISTAS.

Aproveitando o clima, tropas saem as ruas em São Paulo e Minas. Jango foge para o Uruguai e finalmente os militares tomam o poder. O resto da história você já sabe, ou pelo menos deveria saber. Um povo sem história é um povo sem futuro.

Novamente, GUARDANDO AS DEVIDAS PROPORÇÕES, as manifestações do povo abrem as portas para estas figuras que aproveitam este momento para tentar tomar o poder. Por isso, neste primeiro momento o importante não é depor a presidente (sim, presidente, presidenta não existe), ou matar e esquartejar o Sarney (embora seja vontade de muitos, inclusive este que vos escreve). Não, o importante é fazê-los sentir que estamos aqui. 

Tá, e como fazer isto? Este é assunto para o próximo post.


Ok! E a oposição?

Bom meus amigos, no último post falamos sobre a situação do governo. Então surge a pergunta, "Tá magrão, e a oposição?!"

Simples, não falei dela ainda porque ela é inexistente nestes últimos 11 anos. Desde que deixou o poder, lá em 2002, a oposição não conseguiu em momento algum colocar alguém que pudesse representar o POVO.

Vamos fazer um exercício mental bem simples. Imagine você recebendo R$ 1.000,00 mensais, sem estudo suficiente para entender o que significa direito esta tal coisa chamada democracia, tendo que criar 5 filhos, morando em condições normalmente sub-humanas, ou no mínimo muito dificeis.

Agora tente pensar como esse cidadão acima, e veja se figuras como Alckmin, José Serra, FHC te representam.... pense mais um pouco.... a resposta é NÃO. São intelectuais, engomadinhos, patrões, e como diz um jingle de um ex-candidato a presidente: "Quem bate cartão, não vota em patrão."

O que quero dizer com isso? Que precisamos de alguém ignorante, um operário se um dedo, um cara com a quarta série para lançar como candidato? NÃO.

Apenas digo que nos últimos 11 anos a oposição não conseguiu apresentar sequer 1 figura como representante do POVO. Nos últimos anos a aproximação da oposição com a população é praticamente ZERO, sendo que normalmente aparecem em momentos oportunistas, e para sentar o pau nos atuais governantes. Ou seja, assim com a atual situação, a atual oposição NÃO TEM IDEOLOGIA. E não tem porque nunca precisou, simplesmente acomodou-se no poder, achando que nunca cairia. Quando caíram, ficaram perdidos, sem poder de reação.

Resumindo, assim como a antiga esquerda, hoje situação, tem sérias dificuldades para se manter no poder, a antiga direita, atual oposição, não tem força suficiente para retomar o poder. Sim amigos, isso parece confuso, e É. O problema desta confusão é que o povo fica sem comando, e um barco sem comandante fica sem rumo. E assim surge o risco do OPORTUNISMO. Vamos a ele no próximo POST.

Como tudo começou!

Os protestos dos últimos dias fizeram que eu revivesse este blog. Neste espaço espero nos próximos dias poder ajudar a entender um pouco do que está acontecendo no Brasil, trocar idéias e fazer algo para que estes protestos não acabem dando em nada.

Feita esta pequena introdução, vamos ao que interessa!

Como tudo começou.

Para começar, é necessário se observar alguns fatos históricos. Isto tudo começou lá em 2002, com a Carta aos Brasileiros, texto assinado pelo então candidato a presidência da república Lula. Este texto foi mais do que uma simples declaração que ele e o PT respeitariam contratos nacionais e internacionais. Esta foi, simbolicamente, a saída do PT da esquerda para a direita. Neste texto histórico, Lula deixava oficialmente de REPRESENTAR o povo, com o objetivo único de chegar ao poder.

Historicamente, a esquerda (oposição), quando toma o poder não sabe o que fazer. Notam que, os que o apoiaram a chegar no poder, cobram a conta. E, se não pagarem a conta, não terão tempo nem de esquentar a cadeira de situação. Para isso, começam a criar artifícios, normalmente ilícitos, de manter o apoio dos que os colocaram lá. É fácil, é só dar uma pesquisada na história mundial os casos de oposição ferrenha que de repente torna-se situação.

Para manter-se no poder, o PT precisou criar uma rede de aliados, que foram apoiando no mesmo ritmo que eram distribuídos cargos, favores e presentes. Assim, começaram cada vez mais pessoas dispostas a serem aliados do governo, DESDE QUE.... e este desde que começou a ficar caro, fazendo com que se criassem novas formas de PAGAR seus aliados. Assim surge o mensalão e outros esquemas que vimos serem desmascarados, mas como sempre, não acontecendo nada com os acusados, mesmo depois de julgados culpados.

Não chegando, foi necessário criar mais e mais ministérios, distribuindo mais e mais cargos para acolher os ditos aliados. Também foi necessário terminar com o que restava com a dignidade, tendo que apertar a mão de antigos inimigos em troca de apoio, como aconteceu com Sarney, Maluf e Collor.

Este esquema tomou proporções tão grandes que TODOS os aliados começaram a se achar no direito de fazer o que bem quiserem, e caso o governo tente vetar algo, são abertamente ameaçados, como aconteceu recentemente com a questão da cura gay, em que o Dep. Marco Feliciano, sem cerimônia nenhuma, disse que bancada irá se "rebelar" contra o governo caso este tente interferir na votação da proposta. http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/06/1297589-feliciano-nega-provocacao-as-manifestacoes-e-recomenda-juizo-a-maria-do-rosario.shtml

Isto, aos poucos, foi minando a confiança no governo, e embora, ainda haja apoio de boa parte da população (principalmente aqueles que são beneficiados por bolsas e benefícios, ou pessoas que estão acomodadas e apoiariam qualquer um que estivesse no poder), o surgimento da frase "FULANO NÃO ME REPRESENTA" é um símbolo do atual momento do poder no Brasil. NINGUÉM REPRESENTA NINGUÉM.

Por quê? Simples, porque para se manter no poder o PT pulverizou sua ideologia. Teve que agradar a todos, e quando se agrada a todos, não se agrada ninguém. É como se todo mundo ganhasse na loteria. Ninguém estaria satisfeito porque sonhava em ganhar muito e dividindo o prêmio entre muitos, acaba por ganhar nada.

E, antes que falem que sou anti-petista e esse monte de bobagens que analfabetos funcionais e puxa sacos de partido falam, também vou falar da oposição. Mas este é assunto para o próximo post.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Julinho é o Cara


Bem meus amigos, primeiro explico minha ausência na sexta. Estava em uma viagem de trabalho, portanto faltou-me tempo e condições técnicas (internet no Brasil é um caos) para postar sexta-feira. Portanto, publico hoje o post, já sabedor do que aconteceu na rodada do final de semana. Aos que me acompanham, voltarei a partir dessa semana a escrever na sexta-feira, como de hábito.

Julinho é o Cara

Sei que é um assunto delicado. Sempre que se escolhe um técnico para uma equipe é porque existe algum tipo de crise, mau momento ou coisa parecida, salvo raríssimas exceções. Quando é um momento como o do Grêmio, com a saída de um grande ídolo, então, muito mais. Então, buscar consenso é impossível. 

Existiam vários nomes: Cuca, Adilson, Aguirre, e outros tantos. Pois bem, desses qual ganhou grande coisa? Qual desses trabalha muito mais do que 8 a 9 meses nos clubes por onde passa? Qual desses traria certeza de que teríamos um grande técnico? Qual desses realmente não é uma aposta, e uma aposta já com grandes chances de não dar em grande coisa? Qual desses não cobraria uma fortuna por um resultado provavelmente medíocre, como é a história deles como treinadores.

Julinho é uma aposta?! Sim. Assinou um contrato de risco. Têm 6 meses pra mostrar que é tão bom treinando um time grande como foi nas categorias de base. Se não der certo, adeus. Sem endividamento para o Grêmio. Sem ter que passar mais 1 ou 2 anos pagando um salário pra um cara que provavelmente vai estar treinando um adversário ainda recebendo do clube.

Além disso, conhece os garotos do Grêmio. Sabe onde cada um rende melhor. Vai botá-los a jogar, valorizar a garotada, que já demonstrou ser melhor do que os medalhões que aí estão ganhando fortunas para se arrastarem em campo. Por isso, vamos dar uma chance a ele. Eu acredito no Julinho, tenho esperanças nele. Acho que pode e vai dar muito certo. Anotem e depois me cobrem.

Escudero

Enfim o futebol do gringo apareceu. Foi só dar sequência e deixar ele na posição que sabe. Arremata bem, tem velocidade e ao contrário da maioria do time do Grêmio atual, NÃO ERRA PASSES. Ele por um lado e Leandro pelo outro vão dar muita dor de cabeça para as defesas adversárias.

Gilberto Silva é um monstro

Em dois jogos já mostrou a que veio. Nesse último contra o Coritiba então, foi monstruoso. Além de marcar um golaço, que nem é sua função, deu uma segurança muito boa pra defesa, cobriu a subida dos alas e foi incrível nos desarmes. E mais, fez 2 faltas no jogo, as duas quando precisavam ser feitas. É um mestre na posição e se conseguir manter o condicionamento físico, tem muito futebol ainda pra jogar.

Oportunismo barato

Achei lamentável a atitude do Presidente Odone. Primeiro, indo abraçar os jogadores no campo, coisa que vou ao Olímpico a um bom tempo e não tinha visto ainda. Aliás, só em algumas ocasiões onde precisava de apoio da torcida. Dessa vez tomou vaia.

Depois, lamentável a entrevista, dizendo que as vaias foram de cunho político. Ora amigo Odone, é óbvio que tem um monte de movimentos políticos se aproveitando do momento para deitar e rolar, assim como o senhor fez muito. Porém, eu votei no senhor, e sou um dos que vaio a sua atitude como presidente do Grêmio. Quem sabe um pouco menos de politicagem e um pouco mais de trabalho em prol do Grêmio melhorem sua imagem. Embora eu ache que o senhor trilhou um caminho sem volta na sua carreira política, pelo menos dentro do Grêmio.